top of page

Guaco


Origem: nativo da América do Sul, abrangendo principalmente Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, em maior quantidade no bioma Mata Atlântica

Tipo: trepadeira

Uso: medicinal, cosmético


O nome popular Guaco é utilizado para se referir a várias espécies de plantas do gênero Mikania é também conhecido como erva-de-serpentes, cipó-catinga ou erva-de-cobra. As flores atraem abelhas e seu odor agradável se torna mais intenso depois da chuva.



HISTÓRIA


O gênero Mikania tem cerca de 450 espécies na família Asteraceae. Os membros do gênero são troncos e cipós, comuns nas floras neotropicais. Mikania cordifolia e M. glomerata são duas espécies do Brasil usadas sem qualquer distinção entre as duas espécies, que são apenas referidas como guaco. Ambas têm longa história de uso pelos habitantes da floresta.

Raul Coimbra escreveu o primeiro artigo validando o uso do guaco como droga expectorante de ervas em 1942. Outros pesquisadores brasileiros publicaram trabalhos sobre os efeitos anti-inflamatórios do extrato de folhas de guaco, em 1992.


Em 1998, houve um pesquisa com duas espécies de guaco (Mikania glomerata e Mikania laevigata). A primeira etapa consistiu de cultivo controlado e em grande escala da erva; na segunda, a extração e purificação do extrato, com o objetivo de identificar quimicamente as substâncias ativas; e a terceira teve a finalidade de comprovar as propriedades farmacológicas e toxicológicas, onde se validou seu uso para vários fins.



USO


A população cabocla e indígena nativa da região Amazônica utiliza a erva como antitóxica para veneno de cobra. Eles preparam chá com as folhas e consomem por via oral, bem como aplicam as folhas ou o suco do caule em compressas diretamente sobre a picada. Fazem infusão de folhas para curar a febre, desconforto gástrico e para o reumatismo. Os povos indígenas da região amazônica na Guiana aquecem as folhas para colocar em erupções e coceiras na pele.

É uma erva amplamente utilizada como expectorante, béquico, nas bronquites, asmas e gripes, fazendo parte das espécies peitorais da Farmacopeia.


A folha de guaco é uma fonte significativa de cumarina, substância utilizada para produzir um anticoagulante comumente utilizado para diluir o sangue. Os efeitos antiinflamatórios da erva são atribuídos em parte a cumarina. Pesquisas realizadas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comprovaram os efeitos do guaco contra câncer, úlcera e infecção por microrganismo, além de prevenção da cárie e da placa bacteriana dos dentes.



CONTRA INDICAÇÃO


Devido a presença de cumarinas, o guaco é uma planta medicinal contraindicada para pessoas com hepatopatias, trombocitopenia e coagulopatias. Contraindicado também para pessoas que usam anticoagulantes, pois aumenta o risco de sangramento. Não é indicado para menores de um ano de idade e mulheres durante a menstruação. O uso excessivo pode causar taquicardia, vômitos e diarreia. Podem ocorrer acidentes hemorrágicos, quando usado por tempo prolongado.



REZA A LENDA


Várias tribos indígenas acreditam que ao esmagar as folhas aromáticas frescas e deixá-las em torno das áreas de dormir, o aroma picante irá afastar as cobras. Por esta razão ganhou o nome popular de “cobra cipó” e “erva cobra”. Nativos americanos e colombianos acreditam que o guaco foi nomeado após uma espécie de ritual.Qualquer planta entrelaçando com folhas em forma de coração, branco, verde e roxo, é chamada de guaco por nativos americanos, o que não necessariamente coincide os verdadeiros guacos.

A tradição determina que a planta tem poderes como um antídoto para picadas de cobras. Afirma-se que os nativos da América Central, depois do guaco, conquistaram imunidade das cobras mais perigosas, que se contorcem nas mãos, como se tocadas por um ferro quente. Algumas tradições citam que o Guaco alivia o sentimento de solidão e abandono.



CARACTERÍSTICAS

Nome científico: Mikania glomerata

Ordem: Asterales como o Millefolium

Espécie: M. glomerata


A planta é uma trepadeira arbustiva, perene, lenhosa e sem gavinhas (garras para se prender), com caule volúvel, cilíndrico estriado, castanho e ramoso

Apresenta folhas opostas, de cor verde-brilhante, pecioladas, cordiformes, de consistência rígida, quase coriáceas e triangulares, de bordo inteiro e com cinco a sete nervuras na base.

Suas inflorescências são brancas e reúnem-se em pequenos buquês agrupados em belos cachos alcançando até 30 cm de comprimento. Seu fruto é do tipo aquênio pentangular, piloso ou levemente glabro com 3 mm de comprimento.


Xarope de Guaco

Xarope Composto com Romã


REFERÊNCIAS


TESKE Magrid; TRENTINI AnnyMargaly M. Herbarium: Compêndio de Fitoterapia. 3ª Edição. Curitiba: Herbarium 1995..

GRANDI, Telma Sueli Mesquita - Tratado das Plantas Medicinais - 1ed Belo Horizonte: Adaequatio Estudio, 2014


Comentários


bottom of page