Mas é você que ama o passado
E que não vê
É você que ama o passado
E que não vê
Que o novo, o novo sempre vem
(Belchior)
O ciclo da vida continua. Nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. São ciclos naturais do tempo e da vida.
Nascemos bebês, pequenos, frágeis, dependentes. Passamos por toda infância, época em que temos uma maior carga de aprendizados, aprendemos a falar, andar e até a pensar. Começamos a ler e escrever, fazer contas…. sem dúvida, uma fase cheia de novidades. Depois nos tornamos adolescentes, com todas as dúvidas, certezas e confusões, um momento mais tenso, onde começamos a perder nossa inocência e esta perda dói…
Então viramos jovens! Fase revolucionária, ligada à beleza, à verdade, ao vigor, à saúde.
Oficialmente, são considerados jovens as pessoas entre 15 e 29 anos. Durante muitos anos, este grupo representou 1 ⁄ 4 das pessoas do país, mas desde o ano passado (2020), o seu número começou a cair vertiginosamente! E este tem sido um problema em muitas partes do mundo. Atualmente, o Japão tem o menor percentual de jovens do mundo (14,7%), seguido por Itália (15%), Espanha (15,3%), Grécia (15,9%) e Portugal (15,9%).
Muitos podem não saber da importância deste fato, mas ele interfere na vida de todos e muda a organização das sociedade. Os jovens representam mão de obra, e uma mão de obra específica e essencial, que geralmente ocupa pequenas vagas que não exigem experiência como estagiários e auxiliares, onde adquirem experiência e aprendem sobre um ofício. Também representa um grupo que movimenta intensamente a cultura, o comércio e o transporte do país, além de ser um grupo que depende pouco do sistema de saúde. Quando a população jovem diminui, obviamente, outras tendem a crescer e se cria um desequilíbrio econômico e social.
As perdas sociais também são enormes, pois o jovem é a parte da sociedade que estimula o movimento, pedindo mudanças. Ele tem a força e a vontade necessária para transformar o mundo e, se olharmos para a história do mundo, percebemos que são eles que sempre iniciaram revoltas e grandes protestos.
Na visão da Antroposofia aos 14 anos nasce no jovem seu corpo astral ou das emoções, relacionado também com as interações. Durante este período o jovem começa a traçar seu caminho ideal, como um troféu a ser alcançado, mas ainda é um ideal inocente e puro. E isso traz um conflito interno muito grande, pois seu ideal vai de encontro a sentimentos que estão surgindo como o desejo, a cobiça, as necessidades internas.
Também é um momento de grande aprendizado, quando se dá conta que se inicia um caminho de auto educação, o que ele vai fazer não depende mais de seus pais, o jovem começa a entender que seus atos têm consequências e que, por isso a decisão de fazer ou não algo deve ser pensada olhando não só para o presente.
Iniciando o processo de amadurecimento cerebral, o jovem se torna capaz de raciocínios mais elaborados.
E aos 21 chega, então, o Eu, o que torna o jovem um indivíduo completo, responsável pelo próprio destino! É comum que neste período o jovem se revolte com os pais, com a sociedade e com costumes que até então faziam parte de seu cotidiano. Isso se dá porque nosso Eu, que acabou de nascer, quer se posicionar no mundo, ele quer dar sua opinião e que ela seja ouvida.
É uma fase onde estamos cheios de ideias e acreditamos que podemos tudo… O que traz muita força, mas também muitas inseguranças. Procuramos nossos pares, pessoas com ideais e pensamentos próximos aos nossos e com eles viramos um grupo, uma nova “família escolhida”. Embora desafiadora para quem acompanha, sejam pais ou educadores, a beleza do processo está exatamente em acompanhar a formação dessa personalidade, composta por tantos os elementos, tanto da família de origem e dos grupos em que aventura, quanto dos elementos da própria individualidade.
Belchior já dizia: “Viver é melhor que sonhar, E eu sei que o amor é uma coisa boa, Mas também sei que qualquer canto, É menor do que a vida de qualquer pessoa” E isto é bem o que o jovem é, esta vontade de viver, mas de também atuar no mundo com empatia e amor!
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