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Copaíba


Copaifera officinalis


Região nativa: região tropical da América Latina e África Ocidental Tipo: Árvore Altura: de 10 a 40 metros Uso: Medicinal, Cosmético, Combustível, Fotografia


A copaíba é uma árvore de grande porte que chegando a até 40 metros de altura e pode viver por até 400 anos. Também conhecida como pau-de-óleo e copaibeira, seu nome vem do termo tupi kupa'iwa que significa "Pau-de-óleo" ou “pau de depósito”, ambos em referência ao óleo extraído de seu caule.


HISTÓRIA

As árvores são encontradas em todos os trópicos, mas com maior incidência no Brasil, onde 16 espécies têm ampla distribuição.

É uma árvore magnífica encontrada em áreas de transição do cerrado para a floresta latifoliar.

Esse óleo-resina tem sido utilizado desde a época da chegada dos portugueses ao Brasil na medicina tradicional popular e silvícola para diversas finalidades.

O óleo de copaíba com suas propriedades medicinais era utilizado para curar feridas de guerreiros após batalhas pelos índios latino-americanos e, também, para passar no coto umbilical de recém nascido.

Dizem que este conhecimento veio da observação de que alguns animais feridos se esfregavam intencionalmente ao tronco das copaíbas para cicatrizar suas feridas.

Através destas observações o uso da resina e do óleo de copaíba começou a se popularizar pelos freis jesuítas, viajantes e historiadores que disseminavam essas histórias.

A primeira citação sobre o óleo de copaíba, provavelmente foi em 1534, quando Pethus Martins publicou uma carta ao Papa Leão X, que os índios usavam um remedio com o nome de copei. Na mesma época, o jesuíta José Acosta, publicava sobre os benefícios de cura e poder de cicatrização do óleo.

Em meados do século XVI, Pero de Magalhães descreveu a eficácia do óleo de copaíba como analgésico e cicatrizante que tornou a planta conhecida em todo o mundo.

Em 1648 a planta recebeu sua primeira descrição de aspectos morfológicos, com desenho e, também, recebeu o nome de copaíba, em um trabalho conjunto de MarcGrave e Piso.

O primeiro ato regulamentando a extração da árvore foi feito pelo governo imperial em 1818, com o objetivo de minimizar a derrubada que vinha sendo feita de forma desenfreada. A partir deste ato a extração passou a ser permitida apenas pelo governo.

Hoje se encontra como um dos mais importantes produtos naturais comercializados, sendo também exportado para Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra.




USO


A copaíba (Copaifera sp) fornece o bálsamo ou óleo de copaíba, um líquido transparente e terapêutico, que é a seiva extraída mediante a aplicação de furos no tronco da árvore até atingir o cerne.

O óleo da copaíba é, na verdade, um óleo resina, líquido transparente, viscoso e fluido, de sabor amargo com uma cor entre amarelo até marrom claro dourado. Cada árvore é capaz de liberar cerca de 55 litros de oleoresina. A extração do óleo deve ser realizada de forma adequada, para não prejudicar a vida da árvore. Atualmente, muitos fornecedores adotam o cuidado de realizar esta prática de forma sustentável e não agressiva, para evitar o desmatamento e possibilitar a recuperação da árvore para nova retirada de óleo. O óleo é retirado com o auxílio de um trado, que perfura o tronco, sem prejudicar a árvore. A extração do óleo de copaíba deve ser realizada em árvores antigas, com mais de 100 anos, e que possuam galhos secos no topo. Árvores novas não possuem óleo e podem ser gravemente prejudicadas caso sejam perfuradas. Quando o tronco é perfurado, o óleo começa a escorrer através do orifício e é recolhido em um recipiente. Após a coleta, o orifício deve ser vedado, de preferência com argila, para que não ocorram infecções e ataques de insetos à árvore. Somente após a recuperação da árvore, a vedação é retirada e realizada nova colheita do óleo. Por essa razão, é importante o consumo racional e sustentável, buscando-se sempre marcas que tenham cuidados na extração.

Conhecida como o antibiótico da mata, é uma das plantas medicinais mais usadas na Amazônia, principalmente para tratar inflamações.

A partir da casca é produzida também a tintura. Age como como um agente anti-séptico, desinfetante e antimicrobiano para usos internos e externos em infecções bacterianas.

A árvore é usada na restauração de áreas degradadas, pois se adapta bem em vários tipos de solo.atrai aves e mamíferos. Com crescimento rápido e propagação por semente razoavelmente fácil.

Utilizada como fonte de madeira por ter uma consistência dura e lisa, é usada na construção civil e naval, assim como em móveis e cercas.

Em algumas regiões, o chá da casca é bastante utilizado como anti-inflamatório. Em Belém, a garrafada da casca está sendo utilizada como substituto do óleo de copaíba. A casca entra na composição de todos os lambedores ou xaropes para tosse. Nos Andes do Peru é utilizado para estrangúria, sífilis e catarros.

Os principais sesquiterpenos que constituem o óleo-resina de copaíba são: β-cariophileno, α-copaeno, β-bisaboleno, α-trans-bergamotene, entre vários outros. Estes conferem ações antiinflamatória, antibacteriana, antifúngica, antiedêmica, analgésicas, anti-séptica, cicatrizante, antitumoral, antiviral, germicida, expectorante, diurético. Possui ação contra contra o reumatismo, psoríase, hemorragias, moléstias de pele, urticárias, pneumonia, eczema, paralisia, cefaléia, picada de cobra, sífilis, leishmaniose, e também como antitetânico, antiblenorrágico, antileucorréico, cercaricida. Em doses habituais em geral não apresenta efeitos danosos, embora deva ser evitado por grávidas e buscar sua ingestão junto a algum alimento leve. A super dosagem pode provocar náuseas, vômitos, diarreia, cólicas intestinais e Exantema. É ainda, como combustível para clarear a escuridão da noite, substituindo a função do tradicional óleo diesel nas lamparinas.

Na indústria, esse óleo pode ser usado para fabricação de vernizes, perfumes, farmacêuticos e até para revelar fotografias.

REZA A LENDA Há muito tempo atrás aconteceu um causo que virou a lenda de Curibá e Jaricó Copaíba.

Curibá era um homem simples; com um coração muito bom, porém ele não sabia fazer algumas coisas que seus companheiros faziam com facilidade, tipo jogar bola, caçar ou pescar.

Quando o grupo saía pra mata, a fim de caçar ou pescar, todos voltavam com suas sacolas cheias de peixes, e o pobre Curibá vinha sempre com as mãos abanando.

Por este motivo, todos faziam piadas com o seu nome: “Hey Curibá, vai pescar ou dar banho na minhoca?”... “Curibá é melhor comprar o peixe no mercado para ter o que comer.” E caiam na gargalhada.

Um dia, muito triste, Curibá foi pra mata, encostou-se no tronco de uma Copaibeira com muitos galhos, flores, repleta de sementes e ali começou a chorar. Suas lágrimas molharam as sementes e, de repente, de dentro de uma flor da majestosa Copaibeira surgiu um duende. Um homenzinho bem velhinho e simpático, com um chapéu verde-amarelo, uma longa barba fina que ia até o meio de sua barriga e um olhar amigo nos seus olhos.

-“Aló, alô, aló! Chamou! Chamou?! Chegou o duende Jaricó!

-Vim aqui para saber o motivo de tanta tristeza meu rapaz. Sei que é uma boa pessoa, não maltrata ninguém, ajuda quem precisa, então por qual motivo chora tanto?

Curibá contou ao Jaricó o motivo de sua tristeza, das zombarias que faziam com ele, e o duende então lhe disse em tom solene:

-Eu, Duende Jaricó Copaíba, vou deixar pra você, todos os dias, oito minhocas mágicas bem aqui neste buraco do tronco da Copaibeira, que vai fazer você pescar quantos peixes quiser. Só exijo uma coisa: leve pra casa só os peixes que precisar, mas se sobrar faça doação pro orfanato!

Assim Curibá fez. Todos os dias pescava bastante e fazia o que Jaricó havia pedido.

Este belo gesto tornou Curibá uma pessoa muita querida por todos, e as brincadeiras de mau gosto acabaram.

Porém, seu cunhado, João Tarrafa, morria de inveja com o sucesso de Curibá. Um dia resolveu segui-lo e descobriu o segredo das minhocas mágicas. Por ser invejoso, resolveu roubá-las.

Quando Curibá foi até o buraco da Copaibeira e não encontrou as iscas, ficou desesperado e chamou por Jaricó. Ouviu a voz do duende que dizia de maneira bem forte:

-Oh Curibá, mesmo sem iscas corra até o rio e jogue o anzol. Vamos lá rapaz. Tenha Fé!

Assim fez. Depois de um tempo sentiu que algo havia mordido o seu anzol. Pensou que fosse um peixe muito grande.

Curibá lutou muito até que conseguiu tirá-lo da água e teve uma grande surpresa ao ver que não era um peixe e sim uma grande minhoca com a cara de João Tarrafa, que gritava e pedia pra sair dali.

Então Curibá escutou novamente a voz do duende Jaricó:

-Curibá, isto é um castigo pro seu cunhado João Tarrafa, pelo que ele te fez. Enquanto não pedir desculpas a você no laguinho do chafariz da praça, ele continuará uma minhoca, nojento e desprezado por todos.

Depois disso, Curibá voltou a pescar e dava sempre uma parte do que conseguia para as crianças do orfanato.

Seu cunhado, depois de pedir perdão em público por suas maldades, foi perdoado, mas passou a ser apelidado, pelo povo, de João Minhoca.

Ainda nos dias de hoje, quando se encontra uma minhoca perto da milagrosa Copaibeira, a pessoa que a encontrou tem muita sorte na pescaria e sai dizendo, bem rimado:

- "Bendito peixe, aló, alô, aló.

Benditos amigos Curibá e Jaricó.

Vou levar um peixe p'ra mamãe,

Um p'ro irmãozinho e um p’ra vovó!"


CARACTERÍSTICAS


Divisão: Magnoliophyta como as Rosas Classe: Magnoliopsida como as Hortências Ordem: Fabales como a Acacia Familia: Fabaceae Gênero: Copaifera

Árvore do dossel ou emergente, decídua ou semi-decídua, de médio porte, tolerante à seca e indicadora de vegetação primária e em estágio avançado de regeneração na transição entre restinga e outros tipos vegetacionais da Bahia. Apresenta crescimento lento (cerca de 4 metros em 8 anos)

O tronco é cilíndrico, tortuoso e geralmente curto.

A copa é densa, globosa e ramificação racemosa.

A casca, de coloração avermelhada (jovem) e marrom (adulta), apresenta 17 mm de espessura, sendo que a casca interna, rosada, exala resina de sabor amargo.

As folhas são compostas, alternas, paripinadas, com folíolos medindo 4 a 5 cm de comprimento e 2 a 3 cm de largura. A folhagem nova, cor rosa-clara é muito decorativa e importante para identificação.

As flores estão dispostas em inflorescência paniculadas, terminais, multiflorais com média de 125 flores. As flores são hermafroditas, branco-esverdeadas a rosadas, medindo 0,5 cm de diâmetro. As pétalas são ausentes e o cálice é formado por quatro sépalas livres. Têm odor intenso, doce e suave desde a abertura, possuem néctar e são efêmeras apresentando senescência a partir do segundo dia.

O fruto possui 4 a 5 cm de comprimento por 2 a 3 cm de largura, é uma vagem seca, unispermo, deiscente, estipitado, de coloração vermelha (jovem) e marrom (maduro).

A semente tem 10 a 19 mm de comprimento por 7 a 10 mm de largura, apresentando coloração marrom, de formato elipsóide, envolta parcialmente por um arilo alaranjado. As sementes têm, armazenadas no cotilédones reservas amilóides, proteínas e óleos em abundância.


Produtos Magna Mater com Copaifera officinalis





REFERÊNCIAS

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-05722009000400016&lng=pt&tlng=pt

https://naturdata.com/especies-portugal/taxon/0@1-plantae:magnoliophyta:magnoliopsida:fabales:fabaceae/


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