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Chá verde



Camelia sinensis


Região nativa: China, Japão e Índia

Tipo: pequena árvore

Altura 1,5 metros

Uso: medicinal e cosmético


O gênero Camelia recebeu este nome em homenagem ao botânico jesuíta do século XVII Camellius. Inclui algumas plantas ornamentais maravilhosas, a própria Camelia Sinensis é uma planta simples, com delicadas flores brancas com um toque de rosa, que não chama muito atenção. Mas é uma plantinha muito especial!



HISTÓRIA


O chá verde, produzido com as folhas da Camelia sinensis, tem sido utilizado na China há pelo menos 4.500 anos. Dizem que o imperador Shen Nung descobriu a infusão em 2737 a.C. Por volta do ano 800 os monges budistas apresentaram o chá para o Japão passando pela Coreia e, em 1657, levaram a erva para os Ingleses.


Originalmente ele foi tratado como uma planta e árvore de chá selvagem, cultivada principalmente nas regiões montanhosas do sul da China. A colheita era feita manualmente. Para melhorar a produção, as árvores eram podadas regularmente. Os colhedores subiam a montanha carregando grandes cestos de vime como mochilas. Arrancavam o botão e duas folhas terminais na extremidade de cada broto, isso assegurava a qualidade do chá. Caso a preocupação fosse mais a quantidade do que a qualidade, arrancavam as três folhas terminais. Era um ato bastante delicado, os colhedores juntavam o polegar a outro dedo para arrancar com cuidado a ponta do broto e protegiam com a palma da mão. Por muito tempo este ritual desencorajou a tentativa de colheita mecânica das folhas.

As cestas cheias eram enviadas às fábricas de processamento onde as folhas eram postas para murchar, enroladas, fermentadas e classificadas de acordo com o tipo de chá.


Em meados do século XVII, a Companhia das Índias Orientais tomou o controle da rica província do nordeste da Índia, onde a Camelia era cultivada em abundância. Acabou se tornando o maior comerciante de chá chinês da época. Durante os séculos XVIII e XIX, o chá verde se popularizou por toda a Europa que já tinha descoberto os efeitos estimulantes da bebida. Mas apenas a nobreza e os ricos comerciantes tinham acesso à planta, pois os preços ficavam cada vez mais inacessíveis.


A própria China não tinha interesse em exportar a planta. Ela era uma nação auto suficiente que não queria muito contato com o ocidente e não tinha interesse no dinheiro de papel. Precisava, porém, de metais preciosos como cobre, prata e ouro. E para conseguir o tão raro e cuidadoso chá dos chineses, os comerciantes tiveram que passar a negociar com metais, o que não os agradou. Várias foram as tentativas do ocidente em convencer os chineses a flexibilizar sua forma de negociação, mas de tempos em tempos uma delegação comercial voltava sem sucesso das negociações.


Até que alguém teve a ideia “brilhante” de trocar chá por ópio…

O ópio era transportado de forma ilegal da Inglaterra para a China e, muitas vezes, os comerciantes davam “amostras” e insistiam para os chineses experimentarem o produto o que provocava rapidamente dependência e assim os ingleses passaram a obter grandes lucros com os chineses vendendo seu chá cada vez a preços mais baixos para saciar seu vicio.


Mas o governo chinês logo percebeu a artimanha e proibiu tanto a troca quanto qualquer tipo de negociação que envolvesse o ópio. Os comerciantes Ingleses ficaram irados e este episódio acabou com a Inglaterra declarando guerra à China em 1839.

Neste período o chá já estava sendo consumido em outros lugares sendo exportado pela Inglaterra. Um grande consumidor eram os Estados Unidos. Até que, em 1773, três navios ingleses carregados de chá foram saqueados e as folhas da Camelia espalhadas por todo leito do rio Charles em Boston, Massachusetts. O que primeiramente parecia um ataque de índios nativos, se mostrou na verdade um ataque de homens brancos fantasiados que protestavam contra os planos dos britânicos de cobrarem impostos sobre os produtos exportados aos EUA, precisamente sobre o chá. E foi assim que teve início toda uma onda de protestos, onde damas e nobres recusaram xícaras de chás em reuniões políticas e sociais. A Camelia Sinensis novamente era o ponto de partida para um novo atrito comercial que acabaria gerando uma grande revolta e culminaria na separação entre os Estados Unidos e a Grã Bretanha em 1776.

Em meados do século XIX começa um novo capítulo na história da Camelia Sinensis, com a corrida pelo chá. A Companhia das Índias Orientais havia entrado em colapso e isso acirrou a competição para quem tomaria seu lugar no comércio do chá.

Os britânicos e americanos investiram em navios mais leves e rápidos. Em dias de vento forte seus navios “voavam” pelos mares, muitas vezes levando nos porões muito mais que chá verde, aproveitando para contrabandear escravos e outras ilegalidades.

Os comandantes apostavam corridas de volta e suas histórias ganharam fama através da imprensa que descrevia as longas histórias heroicas que as embarcações passavam para trazer o chá. Assim o nome do navio que trazia o chá passou a influenciar em seus valores, quanto mais famosa a embarcação, mais valioso o chá que ele trazia.

No entanto esta valorização duraria pouco, pois o mesmo chá caríssimo do navio tal era vendido por um terço do valor quando vinha nos porões dos vapores que continuavam sua rota independente da pressa e fama dos comandantes rivais.

Posteriormente, com a construção do canal de Suez o problema do tempo foi resolvido para os vapores, que passaram a levar menos tempos que as ligeiras embarcações que não podiam contar com os ventos pelo canal e tinham que manter a rota pelo cabo da Boa Esperança.

E assim, finalmente a Camelia Sinensis começou a se tornar acessível às classes mais populares.


USO

A Camelia Sinensis é rica em proantocianidinas e flavonóides, poderosos antioxidantes. Combate os radicais livres e o envelhecimento precoce. Possui ação diurética e auxilia no controle da pressão arterial.

Devido a quantidade de cafeína, é um bom estimulante, no entanto deve ser usado com cautela e evitado por quem apresente sensibilidade. Por seu efeito energético costuma ser usado em dietas, dando energia para a prática de exercícios ao mesmo tempo em que acelera o metabolismo fazendo com que o organismo queime mais calorias. Também auxilia no processo digestivo e a regular o intestino.

Externamente é usado em cremes anti idade, adstringentes e loções tônicas. Tem ação antilipêmica e melhora a microcirculação periférica. Também possui função cicatrizante e antibactericida.


CURIOSIDADE


Etimologicamente o nome chá só se relaciona com a infusão de Camelia Sinensis. No período das grandes navegações, quando os portugueses desembarcaram no Porto de Macau, a Camelia Sinensis recebeu o nome de ch’a em cantonês o que se transformou em chá.


Já os ingleses, espanhóis e holandeses que negociavam no Porto de Xiamen, a Camelia Sinensis era conhecida por “t” em Mim Nan e por isso se tornou tea, té e thee.


Atualmente são cinco chás provenientes da Camelia Sinensis: o chá verde, o branco, o vermelho, o preto e o banchá. A diferença entre eles estáprincipalmente no grau de fermentação das folhas. O chá verde não é fermentado e o preto é totalmente fermentado. Os demais chás variam na fermentação e também no ponto de colheita.



REZA A LENDA


Para os chineses a origem do chá se deu quando o imperador chinês Shen Nung, em 2737 a.C, esquentava água para beber quando algumas folhinhas de uma árvore voaram e caíram dentro da água, fazendo o primeiro chá.


Os indianos atribuem este descobrimento ao Príncipe Bodhi-Dharma, filho do Rei Kosjuwo. Dizem que ele partiu em peregrinação para pregar o budismo. Após cinco anos acabou fraco e doente. Curou-se através da ingestão de uma infusão feita com folhas de Camelia Sinensis por sábios locais e pôde, então, continuar seu caminho.


Para os Japoneses, o encontro do Príncipe com o chá verde vai além. Contam que ele certa noite sonhou com todas as mulheres que havia amado, e não eram poucas, já que era um galanteador. Ao despertar se sentiu envergonhado e fez uma promessa difícil de se cumprir: prometeu que não iria mais dormir para não voltar a ter sonhos pecaminosos. Quando, obviamente, bateu todo o cansaço, percebeu quanto seria árduo cumprir tal promessa. Resolveu então mastigar algumas folhas daquele arbusto especial e descobriu que ele tinha a propriedade de dar ânimo e energia, mantendo o sono longe, assim como as lembranças indesejadas!



CARACTERÍSTICAS


Ordem: Ericales

Família: Theaceae

Gênero: Camelia

Espécie: C. sinensis


Espécie arbustiva, de folhas alternas curtamente pecioladas, de flores com cálice e corola pentámeros espiralados, sendo as pétalas um pouco coalescentes na base e de cor branca; a flor contém numerosos estames agrupados em feixes e, quanto à parte feminina, a flor contém um gineceu tricarpelar com 3 lóculos e 3 óvulos, um em cada lóculo. O estigma é trilobado e o fruto é uma cápsula loculicida com 3 sementes, uma inserida em cada lóculo






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REFERÊNCIAS





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