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Calor


Afinal, o que é esse elemento que é tido como o primeiro de todos, quando a partir de umlampejo de uma Vontade genuína, teve início tudo o que é manifesto?


O dicionário nos diz que o Calor é uma “qualidade, estado ou condição do que é quente ou está aquecido


Mas você sabia que o que hoje é uma referência aparentemente evidente, o conceito de calor como a ciência entende hoje é relativamente recente?

Vai aí um pouco de história

Até o final do século XVIII os cientistas propunham que o calor era uma espécie de fluido imponderável - sem massa e invisível - que, quando presente, aquecia, ou em ausência, resfriava os corpos. Deram a essa substância o nome de calórico, e o equilíbrio térmico era mantido quando os corpos ganhavam ou perdiam “calórico”.


Antecedendo o conceito de calórico, nos primórdios do estudo da criogenia houve inclusive a hipótese de que um "fluido frio", e não o calórico, é que seria o fluido atrelado à temperatura dos corpos. Tal hipótese foi a que fundamentou a proposta inicial da escala célsius de temperatura; nela definindo-se que à água em ebulição associar-se-ia a temperatura de zero graus célsius; e que tal fluido congelar-se-ia à temperatura de cem graus célsius; sendo tais temperaturas de referência intercambiadas somente algum tempo depois. A temperatura era notoriamente entendida à época, como uma medida da concentração de calórico, ou de "fluido frio", em um dado corpo.


Em 1798, o físico Benjamim Thompson, mais conhecido como Conde Rumford, em seus trabalhos de perfuração de tubos de canhão para o exército inglês, observou que o atrito aquecia os metais, e que as temperaturas elevadas perduravam por algum tempo nas peças atritadas. Podendo essas contudo serem continuamente reaquecidas via atrito, o calor não tardou em ser reconhecido como uma forma de energia passível de ser obtida a partir do trabalho mecânico. Seguindo a linha de raciocínio, o químico inglês Juchg Heghref propôs que essa hipótese poderia ser facilmente demonstrada, bastando para tal esfregarem-se dois blocos de gelo, o que os aqueceria e os levaria ao derretimento, mesmo esses inicialmente não possuindo ou possuindo pouco calórico. Mantida a hipótese do calórico, essa deveria implicar a possibilidade desse ser produzido a partir do nada.


Foi o físico alemão Hermann Von Helmholtz que, em 1847, estabeleceu a definição de calor como uma forma de energia, afirmando que para todas as formas de energia há o equivalente em calor. A ideia foi posteriormente corroborada por seu colega inglês James Prescott Joule. Construindo um aparelho simples, que aproveitava o trabalho mecânico produzido pela queda de corpos, Joule mediu a quantidade de energia mecânica necessária para elevar por agitação a temperatura de uma certa quantidade de água, e por comparação, estabeleceu o equivalente mecânico do calor.


O avanço que seguiu-se no tocante aos estudos na área, sobretudo impulsionados pela importância histórica do advento das máquinas térmicas, mostrou efetivamente que, assim como o movimento produz calor, o calor, por sua vez, também pode produzir movimento. Seguindo-se o curso histórico, a hipótese do calórico foi gradualmente sendo substituída pela atualmente estabelecida hipótese da energia térmica.

Presente no nosso cotidiano, nos relacionamos com o calor muitas vezes sem nem lembrar dele, por exemplo, na evaporação do suor, em nossa roupa que seca no varal, quando cozinhamos. E não podemos esquecer que, neste momento você pode ler esta mensagem, em função do fenômeno do calor. Afinal ele estava na fusão dos metais que te cercam, na produção da roupa que você está usando, sem falar nos processos calóricos envolvidos nas calorias dos alimentos e nos processos metabólicos envolvidos para que gerem energia para seu coração bater. E como registramos essa experiência?


A percepção da sensação de calor está relacionada com o tato, mas não podemos esquecer que calor não é sinônimo de temperatura, que é a grandeza física que mede o grau de agitação térmica dos átomos e moléculas e que pode ser obtido por um termômetro.

O corpo humano é, tanto na fisiologia quanto nas percepções sensoriais, sensível ao calor. Embora fisiologicamente também sensível à temperatura, sensorialmente, a percepção de quente ou frio que o sentido do tato provê encontra-se associada ao calor entre o corpo e o meio, e não à temperatura do corpo ou ambiente em questão. Quando há calor em demasia do corpo para o ambiente, tem-se a sensação e reações orgânicas associadas ao "frio"; e quando há pouco ou nenhum calor do corpo para o ambiente - ou mesmo calor do ambiente para o corpo, o que ocorre em condições não muito frequentes - tem-se a sensação de "quente", ou de forma notoriamente controversa, a "sensação de calor" em senso comum.


E o nosso organismo e nossos níveis de consciência tem sofisticados caminhos para essa comunicação com o elemento do calor.. Desde o âmbito físico, como a febre até o mais sutil, expressos através da calorosidade espiritual

Dr. Samir Rahme, médico antroposófico nos traz uma rica visão sobre este elemento, tantas vezes combatido: A febre tem um papel fundamental na dinâmica do nosso sistema imunológico, ativando a liberação de anticorpos e de outras substâncias de defesa que vão permitir ao organismo lidar com possíveis “invasores”. Hoje sabe-se que é esse mesmo calor que inibe o crescimento de bactérias e aniquila os vírus, ou seja, o calor põe tudo no lugar, renova o organismo.


O que dizer então do âmbito mais sutil? Quem não se deliciou, após uma longa e fria noite de inverno, com o carinho cálido dos raios de sol ao amanhecer?


Todos já experimentamos essa sensação, que irradia, transforma e que tantas vezes relacionamos com a própria Vida. Usufruímos, na presença do Sol sua relação com a Luz, polarizando com o frio e a escuridão.


Se reconhecemos esta relação luz/sombra e frio/calor temos a base para uma vida saudável.


Podemos vislumbrar neste lindo trecho de Roberto Dertoni a relação do Calor com o Amor, a Harmonia e Vontade

Quando dirigires tua atenção para o outro, para o ser humano ao teu lado, encontrarás dentro de ti as forças que te manterão num equilíbrio dinâmico no meio da tormenta e te permitirá ir em frente. Quando sacrificares a ti mesmo e com teu próprio calor te voltares para o próximo, estarás criando as substâncias que constituirão a nova vida social e a criação humana levará toda a existência um passo além no desenvolvimento.”

MEDITAÇÃO (Rudolf Steiner)


Eu sinto minha humanidade em meu calor.

1. Eu sinto luz em meu calor. (Observar que a sensação de luz aparece na região onde está o coração físico.)


2. Eu sinto ressoando a substância do mundo em meu calor. (Observar que a peculiar sensação de som vai desde o abdome inferior até a cabeça, mas se propaga em todo o corpo.)


3. Eu sinto em minha cabeça a vida dos mundos se movendo em meu calor. (Observar que a peculiar sensação de vida se espalha desde a cabeça para todo o corpo.) E para você, o que significa?









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