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Cravo


CRAVO

Syzygium aromaticum

Região Nativa: Indonésia Tipo: Arbóreo Altura: 12 a 15 metros Uso: Culinário, comercial, terapêutico e medicinal

O cravo-da-índia (Syzygiumaromaticum) é uma árvore tropical sempre-verde, ou seja, que mantém as folhas o ano inteiro. Os botões de suas flores, quando secos, são usados como especiaria, para fins medicinais e em cosméticos.

HISTÓRIA

O Cravo-da-índia era uma das especiarias mais cobiçadas que vinham do Oriente em caravanas de camelos, cruzando desertos. É a flor da árvore conhecida como craveiro, originária das Ilhas Molucas, na Indonésia, onde cresce de forma espontânea. sua utilização como condimento na culinária é feita a mais de dois mil anos. No ocidente é registrado seu uso desde a época dos romanos. 

Da China é que veio a primeira indicação do uso do cravo-da-índia como condimento, remédio e elemento básico para elaboração de perfumes especiais e incensos aromáticos. Na China, era então conhecida por "tinghiang" e na dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.) seus frutos foram levados para a corte do imperador por enviados da Ilha de Java. Conta-se que os próprios javaneses mantinham um pequeno fruto na boca para melhorar o hálito, antes de ir falar pessoalmente com o imperador. Durante a Idade Média, os cravos eram utilizados na Europa para preservar, temperar e decorar alimentos. 

Durante muito tempo, o cravo foi considerado raro e tinha grande valor no mercado. Os responsáveis por seu descobrimento e origem, além do valor no comércio foram os portugueses na época das embarcações. No século XVI, um quilo de cravo-da-Índia tinha o mesmo valor de sete gramas de ouro. 

No início do século XVII, os holandeses, que então dominavam a Indonésia, eliminaram o cravo de todas as ilhas, exceto as ilhas de Amboina e Ternate, no arquipélago das Molucas. Seu objetivo era criar escassez e manter os preços elevados — assim como outras especiarias, o cravo era muito valioso naquela época; quanto menos cravo houvesse, mais os holandeses poderiam cobrar por ele. Porém, na segunda metade do século XVIII, os franceses levaram o cravo das Índias Orientais para ser plantado em outras partes do mundo, acabando com o monopólio holandês. A primeira pessoa a fazer uma descrição completa do cravo-da-índia foi um botânico alemão chamado Everard Rumphius que dizia: "é a mais bela, a mais elegante e a mais preciosa de todas as árvores". Na culinária da Idade Média, o cravo-da-índia era usado como aromatizante para conservas e como adorno para pratos selecionados. Na época do reinado de Ricardo II, era ingrediente do Hippocras, um vinho quente tomado costumeiramente pelos nobres.

Hoje em dia, a especiaria é cultivada em diversas regiões do mundo como as ilhas de Madagascar e Granada. A ilha de Zanzibar, que faz parte da Tanzânia, é o maior produtor mundial de cravo. Aqui no Brasil, é cultivado na Bahia. 

Conhecidos como “girofleiros” as árvores chegam até 15 metros de altura e são consideradas adultas antes dos 20 anos. Suas folhas são pequenas, e as flores começam a crescer quando a árvore completa cinco anos. Elas podem dar frutos por mais de meio século. Uma árvore pode produzir até 34 quilos de cravo por ano. Os botões são colhidos à mão no final do verão e no inverno e depois são secados ao sol.

REZA A LENDA

Uma senhora árvore muito respeitada pela população das Ilhas Molucas que não acende, perto dela, nem fogueiras, nem tochas, nem velas, evitam o barulho à noite que pode perturbá-la. Na verdade, esta árvore é tratada com o mesmo respeito e cuidado devido à uma mulher grávida. Uma mãe. Os homens, quando passam por ela, a cumprimentam tirando o chapéu da cabeça.

Todas essas precauções acontecem, principalmente na época de floração do craveiro. Dizem os locais que é para que a árvore não se assuste com ruídos, fogo ou outros e deixe cair suas flores perdendo-se no solo, e assim, perdendo-se também uma farta colheita que, em tempos imemoriais, lhes trouxe riqueza. 

USO

O nome científico antigo do cravo-da-índia, Eugenia caryophyllata Thunb., deriva da palavra grega "karyophyllon" que significa "folha-noz". Encontrado na forma inteira, moído, em pó e no formato de óleo essencial, o cravo é muito versátil, podendo ser usado como tempero, ingrediente de bolos e biscoitos; bebidas, em cosméticos e como remédio.

Além do seu sabor doce e aromático, o cravo-da-índia e o óleo essencial feito a partir dele são conhecidos pelos seus benefícios medicinais, com efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, antifúngicos, bactericidas, afrodisíaco, entre outros.

Como alimento, o cravo-da-índia fornece fibras, vitaminas e minerais. Além disso é rico em antioxidantes que reduzem o estresse, podendo diminuir o risco de desenvolvimento de doenças crônicas.

No Brasil, o craveiro da Índia é cultivado no sul do estado da Bahia, sombreando cacaueiros e, alguns estudos já existem para o aproveitamento das folhas que caem quando da colheita dos botões florais, para a extração de eugenol, o principal óleo essencial desta planta. Na produção de cravo-da-índia a folha é um resíduo que até agora não tinha nenhum uso, porém, sua riqueza em óleos essenciais a torna interessante para a indústria farmacêutica nas áreas de cosméticas e produtos odontológicos.

Um estudo feito em tubo de ensaio descobriu que o eugenol impede o dano oxidativo causado pelos radicais livres, de forma  cinco vezes mais efetiva do que a vitamina E, outro potente antioxidante.

Outro estudo realizado com animais mostrou que o eugenol ajudou a reverter os sinais de cirrose hepática ou cicatrizes no fígado. Apesar disso, sua utilização requer extremo cuidado por pessoas que tenham afecções hepáticas.

O eugenol é um anestésico seguro e efetivo, que não irrita a mucosa e é facilmente decomposto no meio ambiente.O gel feito a partir de botões do cravo possui atividade anestésica semelhante à benzocaína, sendo uma alternativa a este anestésico em odontologia. Por via oral, diminuiu significativamente o edema, de modo comparável ao de outros anti-inflamatórios. 

Além do eugenol, o cravo-da-índia contém vitamina C que também tem ação antioxidante e ajuda a neutralizar os radicais livres. Incluir cravo na dieta, juntamente com outros alimentos ricos em antioxidantes pode ajudar a melhorar a saúde como um todo.

Os compostos encontrados no cravo podem ajudar a manter o açúcar no sangue sob controle. Descobriu-se que o cravo aumenta a captação de açúcar do sangue para as células, aumentando a secreção de insulina e melhorando a função das células que a produzem.

O cravo-da-índia também tem propriedades antimicrobianas, o que significa que ele pode ajudar a impedir o crescimento de microrganismos como bactérias.

Os óleos essenciais penetram nos tecidos mais rapidamente do que a água, o que aumenta seu potencial de ação. Análises mostraram que o óleo essencial de cravo tem ação contra fungos isolados de micoses como Candida albicans, Trichophyton mentagrophytes, Saccharomyces cerevisiae e Aspergillus niger. Ele pode ser usado topicamente para curar infecções fúngicas como otite externa e em inaladores ou vaporizadores para doenças como aspergilose, uma grave doença pulmonar  que também pode ocorrer de forma ocasional causada por A. niger.

Em vários estudos, o óleo essencial de cravo apresentou atividade contra insetos de várias espécies, incluindo o mosquito da dengue e outras espécies de pernilongo; além de outras pragas como o Sitophilus zeamais (besouro que ataca plantações de milho), o moleque da bananeira, o piolho humano, ácaros que causam a sarna, cupins entre outros.

O cravo-da-índia é um condimento versátil que pode ser usado tanto em pratos doces como em pratos salgados. É normalmente empregado no preparo de caldos, ensopados, doces, pudins, bolos, tortas de maçã, pães, vinhos e ponches quentes e licores. O eugenol, presente no óleo essencial, tem ação bactericida, o que o torna útil para preservar e prolongar a validade de compotas e conservas. Em alguns países, costuma-se introduzi-lo juntamente com dentes de alho dentro de pernis e presuntos. Na Europa, é muito usado para condimentar carnes e salames. Já no Brasil, o cravo-da-índia é usado mesmo para pratos doces, hábito adquirido da nossa colonização portuguesa.

Usado em loções e vaporizações para limpeza da pele do rosto, em produtos de higiene bucal para fazer assepsia e promover um hálito agradável, em banhos de imersão aromáticos e águas perfumadas. É também eficaz no combate à acne. O óleo pode ser usado para massagear músculos doloridos, para suavizar estrias e é eficaz no tratamento de unhas quebradiças, rachadas ou fracas e de calosidades. Usado na elaboração de pomadas para remoção de verrugas. Ainda na forma de pomadas e cremes, alivia a coceira e o inchaço das picadas de inseto.É também utilizado em xampus e loções capilares que limpam e auxiliam o crescimento dos fios.

Cuidados e Contra-indicações: A classificação tóxica do cravo é III , e um teste de toque na pele é exigido. Seu componente tóxico é o eugenol. Se usado puro sobre a pele pode provocar ardência, vermelhidão ou irritação.  O Cravo-da-Índia pode causar irritação em algumas pessoas, evite o cravo como óleo terapêutico se tiver um fígado comprometido. O uso desse óleo é desaconselhável durante toda a gestação (externamente, somente após o primeiro trimestre). e em crianças, salvo sob orientação médica. Evite o uso simultâneo com homeopáticos. 

O eugenol é tóxico em quantidades elevadas e a ingestão excessiva de cravo pode causar danos no fígado, especialmente em crianças. O óleo essencial não deve ser aplicado diretamente sob a pele a não ser com acompanhamento de um especialista.

CARACTERÍSTICAS

Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Magnoliopsida como a Buxinha Ordem: Myrtales como o Brinco de Princesa Família: Myrtaceae como o Eucalipto Gênero: Syzigium Espécie: S. Aromaticum  O cravo-da-índia é uma planta de porte arbóreo, de ciclo perene e que atinge cerca de 12 a 15 metros de altura. A copa é bem verde, de formato piramidal. As folhas são semelhantes às do louro, ovais, opostas e de coloração verde brilhante, com numerosas glândulas de óleo visíveis contra a luz. As flores são pequenas, branco-amareladas, agrupadas em cachos terminais. O fruto é do tipo baga e de formato alongado, suculentos, vermelhos e comestíveis. Aroma forte e penetrante. 

REFERÊNCIAS

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